Os caminhoneiros brasileiros trabalham, em média, 13 horas por dia. Além disso, a renda, após descontar todas as despesas, é de cerca de R$ 4 mil. Esses são alguns dos resultados de um estudo encomendado pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). O levantamento foi feito pela GP Pesquisas com mil profissionais autônomos no mês de abril deste ano. De acordo com a CNTA, o objetivo era traçar o perfil dos caminhoneiros de diversos estados para depois implementar ações de melhoria das condições de trabalho da categoria.

Alta do diesel corrói renda dos caminhoneiros

Conforme o levantamento, a renda dos caminhoneiros é baixa em relação aos custos de manutenção dos caminhões, que não param de subir. O combustível é o item que mais pesa nessa conta. Segundo a CNTA, o diesel representa até 50% dos gastos mensais com o veículo. Segundo a Ticket Log, em junho o preço médio do litro do óleo diesel comum nos postos do País ficou em R$ 7,87.

Essa é a primeira vez em 12 anos que o preço do diesel fica mais alto que o da gasolina, vendida por, em média, R$ 7,56 em junho. De acordo com o levantamento, no primeiro semestre de 2022 o preço do diesel acumula alta de 37%.

Frete baixos

Conforme o assessor-executivo da CNTA, Marlon Maues, o aumento de custos é apenas um dos fatores que precarizam a profissão. De acordo com ele, a oferta de mão-de-obra é maior que a de contratos de frete. Como resultado, é difícil para os caminhoneiros autônomos contratarem fretes com preços justos.

Para o representante da CNTA, outro fator que prejudica a categoria é a falta de informação: quase metade dos entrevistados em uma recente pesquisa desconhecem a tabela de preços mínimos de frete.

Tabela de frete

A regra foi criada após a greve da categoria, que parou o País em 2018. A lei determina que os valores sejam reajustados a cada seis meses. Bem como toda vez que o preço do diesel suba mais de 10%. Contudo, são constantes as reclamações sobre o não cumprimento da tabela.

(Fonte: Estradão, 06 de julho de 2022)