A venda de caminhões este ano deve apenas repetir o resultado de 2021, quando foram entregues 127,3 mil unidades. A falta de componentes nas linhas de montagem obrigou a Fenabrave a rever para baixo sua projeção, que no começo do ano era de 136,6 mil caminhões e alta 7,3%. A nova estimativa foi divulgada na terça-feira, dia 5, pela entidade que reúne as associações de concessionários.

“A falta de semicondutores afeta sobretudo os caminhões pesados e extrapesados, que têm nível tecnológico comparável aos automóveis e continuam sendo os mais vendidos por causa do agronegócio”, afirma Marcelo Franciulli, diretor-executivo da Fenabrave. Essa falta de componentes obrigou a Mercedes-Benz à sua quarta paralisação neste ano.

Apesar da escassez de chips, Franciulli pondera que até o fim do ano pode haver uma mudança para melhor nas vendas por causa da antecipação de compras, já que em janeiro de 2023 entrará em vigor a nova legislação de controle de emissões Proconve P8, que elevará o preço final dos caminhões.

Além de Franciulli, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, também acredita na possível mudança de cenário para melhor até o fim de 2022. “Os concessionários estão otimistas e espero ter em outubro uma nova projeção semelhante à que fizemos no início do ano.”

O mês de junho teve 10,8 mil caminhões emplacados, indicando alta de 5,3% sobre maio. A média diária de vendas cresceu 10%, para 517 unidades. No acumulado do ano foram 57,3 mil caminhões, resultando em uma pequena queda de 1,2% ante iguais meses do ano passado.

VW fecha semestre com quase 30% do setor

A Volkswagen permanece na liderança do setor de caminhões e vendeu até junho 17 mil unidades. A fabricante detém sozinha quase 30% do mercado (29,7%). Da Mercedes-Benz foram licenciados 15,6 mil caminhões, o equivalente a 27,3% do mercado.

Em terceiro vem a Volvo, com 11,2 mil veículos e quase 20% do segmento. Chama a atenção o bom desempenho da Iveco neste ano. A fabricante instalada em Sete Lagoas (MG) entregou no acumulado do ano 5,4 mil unidades e detém 9,4% do mercado. Um ano atrás ela havia vendido apenas 3,5 mil caminhões, tinha 6,1% do mercado e ocupava o quinto lugar, atrás da Scania.

Fonte: Automotive Now, 05 de Julho de 2022